quinta-feira, 21 de junho de 2012

Ê vida de gado. Povo marcado. Povo feliz

Aproxima-se a data das convenções partidárias, quando os diversos grupos políticos decidirão quem serão seus candidatos à prefeitos e vereadores que disputarão as próximas eleições municipais. Percebo com tristeza que o povo já não aguarda as eleições com a eterna ESPERANÇA tão característica do brasileiro. Temos visto essa esperança ser pisoteada pela classe política, que certamente faz chacota dos esperançosos que acreditam, que os cargos políticos devem sempre estar a serviço do bem comum e entender sempre os interesses da coletividade. Política seria uma das mais belas formas de servir, se sua finalidade não tivesse sido desviada para atender a interesses que só contribuem com a injusta organização social.

Já posso antever as campanhas fundamentadas nos hits de pagode e axé. Com disputa do som mais potente. Os carros de som a frente de um povo marcado pela desesperança, a quem só resta aproveitar esse período para dançar e beber de graça, livrar o dinheirinho de uma conta aqui ou ali. E esse povo como se vivesse apenas uma festa, dança feliz.

À mim, sobrevivente de uma geração que ficou marcada pela capacidade de indignar-se com as injustiças sociais, os desmandos políticos, a falta de ética com os interesses da coletividade, resta-me a esperança de que a campanha política vá muito além dos trios elétricos. Que os candidatos apresentem propostas reais e viáveis para favorecer a promoção humana, que reunam lideranças nos mais diversos setores, que saibam se identificar com as dores e necessidades do povo. Um grande líder político deve ter consciência, que nada mais é do que o gestor do dinheiro público. Isso lhe traz imensa responsabilidade e certamente não é fácil. No entanto, se foi uma decisão consciente, deve ser exercidade com dignidade e respeito.

Somos GENTE. Não GADO. Gente precisa de educação de qualidade, acesso a saúde, saneamento básico, cursos profissionalizantes, segurança, trabalho, que dignifica o homem para que ele possa por na mesa o pão de cada dia como fruto do seu trabalho. Não somos gado, por isso não podemos ser tratados  como currais, ou com as marcas desse ou daquele candidato. Como indivíduos livres busquemos também fazer a nossa parte. Buscando resgatar a nossa própria dignidade humana.

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Maria Inês Pereira. Tecnologia do Blogger.