Nome: Maria Inês, na certidão de nascimento; Corrêa da mãe, Pereira do pai, acrescido na certidão de casamento, Nascimento; o que tornou quilométrico o nome : Maria Inês Corrêa Pereira Nascimento
Nascida em 31 de dezembro de 49, portanto uma senhora da "terceira idade"como resolveram rotular as pessoas com mais de 60,como me sinto? um ser humano em constante processo de humanização, alguém que se acha forte, mas que algumas vezes se percebe frágil e vulnerável; que se surpreende como eterna aprendiz na arte de viver.
Gosto de ler,e influenciada pela leitura gosto de arrumar letras, que formam palavras, que tento arrumar para expressar pensamentos e idéias. Sonho publicar um livro, vê- lo fisicamente pronto e sendo lido por pessoas que se reconheçam e se emocionem com meus pensamentos.
Amo ser mãe, por isso digo que amo o amor, sem muita cobrança, sem amarras ou mordaças, mas recíproco. Tento, ainda que timidamente acompanhar o tempo que hora vivo, mas, muitas vezes me vejo atropelada pela velocidade dos,acontecimentos e mudanças repentinas de valores e regras sociais, há que se preservar o que temos de melhor em nossa essência e não nos apartarmos de valores saudáveis, para seguir modismos e o chamado jeito "politicamente correto", só para ficar "bem na fita", preconceitos? como todos os filhos de uma sociedade que escravizou por mais de três séculos , homens mulheres e crianças, devo sim ter preconceitos, que minha alma libertadora luta para expulsar e na maioria das vezes consegue; mas, é fundamental dizer que como mestiça cabocla sofri e ainda sofro, ainda que de forma velada o preconceito de cor, hoje acrescido ao fator idade; há que se matar um leão a cada dia, para se provar que não está senil que continua capaz e .lúcida.
Acredito em um ser superior, creio que JESUS esteve entre nós mostrando como viver em igualdade, harmonia, com justiça social e respeito a todos, pratico o catolicismo, mas acho que qualquer religião, ou busca espiritual seja de que ordem for é benéfica quando nos liberta do desamor, do preconceito, da ganância, enfim quando nos torna mais humano, e é maléfica quando fomenta fanatismo e preconceito
Acredito na educação como o meio mais eficaz de libertação de um povo, entenda-se aqui não somente a educação formal, mas aquela que se inicia na família, se estende as igrejas, clubes, turmas de rua, enfim a educação construída pelos homens entre si.
Finalmente, nesse auto- retrato, falo desse estado melancólico que me invade a alma e que carrego desde a mais tenra idade, essa melancolia muitas vezes me deixou nas sombras, acho que é resultado de uma vida construída com muitos sofrimentos e perdas, a maternidade e a plenitude profissional me tornou por um bom tempo uma pessoa mais solar; mas a partida prematura da minha estrela me recolocou nas sombras; mas enfrento essa saudade sem morbidez; transformo minha dor em amor, planto flores, acalanto colos vazios como o meu, enxugo lágrimas, canto e procuro incansavelmente o SOL.




Lindo texto tia. Vou adorar ir na publicação de um livro seu. Tudo é possível. Admiro a senhora e sua história.
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